“Pequenas narrativas” é o tema da nova exposição da Galeria Cubo de Vidro

A Galeria Cubo de Vidro, do Cefet/RJ Unidade Maracanã, inaugurou, nessa quarta-feira (8), a exposição “Pequenas narrativas”, com curadoria da diretora de extensão da instituição e idealizadora do espaço, Renata Moura. A mostra apresenta obras de Rafael Barbastefano e Sérgio Duarte, docentes do Cefet/RJ, e da artista visual Paula Rocha. A exposição permanecerá em cartaz até o dia 11 de abril e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Confira as fotos do evento.

^{Os artistas Sérgio Duarte (à esq.) e Rafael Barbastefano marcam presença na inauguração da exposição “Pequenas narrativas”, idealizada pela diretora de Extensão do Cefet/RJ, Renata Moura (ao centro)}

Nas paredes da galeria, estão expostas cerca de 20 obras, produzidas com técnicas variadas, como óleo sobre tela, pintura digital e fotografias em 360 graus. De acordo com a curadora, a proposta da exposição foi reunir trabalhos que, a partir de si próprios, contem pequenas histórias conforme as vivências de cada visitante. “São obras da arte contemporânea e, por mais que algumas pareçam abstratas, elas provocam sensações relacionadas às experiências individuais. A imagem e suas diversas camadas, associadas ao título da obra, geram novas interpretações e vão dando sentido ao que estamos vendo”, explicou Renata Moura.

Apaixonado pela fotografia, Rafael Barbastefano começou a registrar imagens em 360 graus de localidades do Brasil e do mundo há cerca de 10 anos. O que era visto por ele apenas como um hobby agora tem a chance de alcançar mais pessoas. “Acho essa forma de registrar incrível, pois, em um único clique, conseguimos capturar todo o ambiente. Lugares que muitas vezes são vistos como banais se tornam especiais a partir de um novo ângulo. Espero que as obras que escolhemos para a exposição causem essa sensação no nosso público”, revelou o artista, que expõe seus trabalhos pela primeira vez.

_{Rafael Barbastefano expõe suas fotos em 360 graus registradas em cidades como Salvador (BA), Brasília (DF) e Mendoza, na Argentina}

Mais experiente no ramo, Sérgio Duarte já apresentou seus trabalhos em pequenas galerias e no próprio Cefet/RJ. Nos anos 1980 e 1990, ele tentou ser artista plástico profissional, mas, por questões financeiras, acabou seguindo carreira como professor. “Eu pensava em ser pintor desde criança e, ao longo dos anos, fui desenvolvendo trabalhos intimistas. O convite para exibir meus trabalhos na galeria é uma oportunidade de mostrar pinturas em óleo sobre tela que estiveram guardadas por décadas e também exibir obras mais recentes, de pintura digital”, explicou.

^{Sérgio Duarte realiza sonho de apresentar algumas de suas obras produzidas ao longo da vida}

Foi justamente a obra “Visão periférica”, de Sérgio Duarte, a que mais impressionou a estudante Pérola Valente, que compareceu à inauguração. “Para mim, esse quadro, que mostra a tentativa do homem de respirar debaixo d’água, simboliza o mundo segmentado da atualidade, que faz as pessoas quererem viver de uma maneira só”, refletiu a jovem, aluna do primeiro ano do curso técnico em Informática integrado ao ensino médio da Unidade Maracanã. Pérola gosta de espaços culturais e costuma frequentar os museus do centro da cidade, mas foi a primeira vez que entrou na Galeria Cubo de Vidro. “Achei as obras muito interessantes e fazem a gente pensar”, finalizou a jovem.

^{Pela primeira vez na galeria, a estudante Pérola Valente admira a sua obra favorita da exposição}

A exposição também conta com obras de Paula Rocha, graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seus trabalhos se desdobram das memórias de sua experiência anterior como restauradora, quando visitava ruínas. A partir delas, a artista elabora pinturas na tentativa de reconstituir esses espaços, buscando discutir questões de ausência e presença.

Espaço cultural dentro de uma instituição de ensino

Inaugurada há quase três anos, a Galeria Cubo de Vidro apresenta, em janeiro de 2025, a sua nona exposição. Dedicada à arte contemporânea, a galeria abriu as portas em abril de 2022 e está sob a responsabilidade da Diretoria de Extensão (DIREX), que atua na seleção dos artistas e na montagem das exposições. A iniciativa e coordenação do projeto é da professora e diretora de Extensão Renata Moura.

Conforme Renata, é importante reafirmar a relevância desse espaço como instrumento de formação cultural dos alunos da instituição. “Ao longo dos anos, a visitação tem sido bastante expressiva. Muitos alunos nunca tiveram a oportunidade de frequentar galerias, museus ou exposições. A Galeria Cubo de Vidro permite que eles possam vivenciar a arte em seus cotidianos”, ressaltou a diretora.